No final do ano passado, uma reportagem publicada pelo jornal Contato apontava o uso incorretamente de andaimes tubulares para escoramento de telhas da nova rodoviária de São Paulo. O serviço, uma verdadeira ‘gambiarra’ estava sendo executado pela empresa Falcão Bauer sem a abertura de licitação, o que é obrigado por lei.
O que chama a atenção, na verdade, é a falta de segurança que tal procedimento aponta. Sabemos muito bem que o uso de andaimes tubulares para este tipo de situação – como escora – é totalmente errado e pode causar graves acidentes.
No caso específico da cobertura do terminal rodoviário, é extremamente temerária a utilização de andaimes tubulares para escoramento das telhas da rodoviária, afinal de contas, cada uma das 320 telhas de concreto da cobertura da Rodoviária Nova pesaria de 8 a 11 toneladas, sendo que algumas delas, em torno de 30, estariam oferecendo riscos de queda iminente.
O escoramento incorreto com andaimes tubulares permitiria a reaberturada Rodoviária Nova no período de final de ano, quando a movimentação de passageiros é intensa e existe uma preocupação com as condições em que o terminal está funcionando na tenda instalada no estacionamento ao lado do terminal.
A grande preocupação é que o equipamento utilizado para escoramento das telhas não suportaria nem um décimo do peso do peso estimado para cada telha e reabrir o terminal para ser utilizado seria uma temeridade.
O conceito Memória de Cálculo ajuda a entender melhor o grave risco que o escoramento com andaimes tubulares de telhas de toneladas da Rodoviária Nova está causando. Com a utilização de andaimes tubulares padrão 1,00 X 1,5 m, “para cada andaime de 30 metros, a carga máxima deverá ser de 337,5 quilos”.
Ou seja, andaimes tubulares devem ser utilizados somente em situações que não ofereçam riscos à vida, seja de trabalhadores, seja de terceiros que estiverem próximos do local de intervenção, como obras, restaurações, etc.